A história do grafite no Brasil e no mundo é marcada por uma luta constante por reconhecimento, desde os primeiros traços em paredes urbanas até as grandes galerias de arte.
No Brasil, o grafite encontrou terreno fértil nas grandes metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde os muros se tornaram telas para os artistas urbanos. Um dos marcos dessa trajetória é o “Beco do Batman”, em São Paulo, uma verdadeira galeria a céu aberto que se tornou ponto turístico e referência para a arte de rua. Ali, obras de artistas renomados e novos talentos convivem, em um espaço democrático de arte e expressão.
Os Gêmeos, uma das duplas mais reconhecidas no mundo do grafite, são pioneiros nesse movimento no Brasil. Suas figuras oníricas e coloridas já estamparam muros em cidades como Nova York, Londres e Tóquio. Eles conseguiram transformar o grafite em uma forma de arte reconhecida globalmente, ao mesmo tempo em que permanecem fiéis às suas raízes na cultura de rua brasileira.
Além de Os Gêmeos, o artista Eduardo Kobra também ganhou notoriedade por seus grandes murais hiper-realistas, que retratam figuras históricas e temas sociais. Kobra é responsável por alguns dos maiores murais do mundo, como o “Etnias”, no Rio de Janeiro, feito durante os Jogos Olímpicos de 2016, que celebra a diversidade cultural.
Essa transformação do grafite de uma prática marginalizada para uma forma de arte respeitada também reflete mudanças sociais. Hoje, muitos artistas utilizam o grafite como uma ferramenta para discutir questões importantes, como desigualdade, racismo, e meio ambiente. Ao ocupar o espaço público, o grafite democratiza o acesso à arte e faz parte de um movimento global que desafia as normas e padrões do mundo da arte tradicional.